quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Regresso à Pré-História da Freita

A Serra da Freita é um paraíso natural carregado de trilhos, de geossítios e de história combinada com traços de modernidade. Num domingo solarengo de inverno, o Pé ante pé ruma até ao parque de campismo do Merujal para dar início a uma caminhada entre amigos. Os trilhos da PR 15 - Viagem à Pré-História  - e dos geossítios da Freita são os eleitos de hoje.

Caminheiros junto do marco geodésico de S. Pedro Velho


Uma nova e diferente passagem pelos trilhos da pequena rota 15 (PR 15) - Viagem à Pré-História - da Serra da Freita e do concelho de Arouca. Um percurso pedestre circular de 17 km que, hoje, é encurtado com caminhada de manhã e passeio à tarde. Um meio-meio que leva, quem conhece e quem desconhece, a viajar pelos pontos estratégicos do lugar que amo.

Placa de orientação da PR 15


Parque de campismo do Merujal


À chegada ao parque de campismo do Merujal, é tempo de estacionar os veículos e de seguir para Albergaria da Serra a pé pelos trilhos da PR 15. Sem relógio e sem olhar para os telemóveis durante a caminhada, é impossível apresentar um horário de início e fim da caminhada. O que acaba por ser uma boa ideia para sair da rotina que é estabelecida no dia-a-dia de cada um.

A caminhar por trilhos de Albergaria da Serra

Cavalo


Já no largo da aldeia de Albergaria da Serra, deixa-se os trilhos da PR 15 por um breve instante. Em vez de seguir em frente, vira-se à direita e segue-se pela estrada de asfalto. E, ao atingir a estrada principal que liga a Serra da Freita a Vale de Cambra, vira-se novamente à direita no sentido da praia fluvial de Albergaria onde correm as águas do rio Caima.  

Passagem pela praia fluvial de Albergaria da Serra


O rio Caima nasce na Serra da Freita


Na praia fluvial, os caminheiros entram na derradeira parte da Viagem à Pré-História da Freita. Deixam Albergaria da Serra para trás e seguem para a aldeia da Mizarela. Pelo meio, alcançam vistas panorâmicas incríveis. De um lado a aldeia de Albergaria, o marco de S. Pedro Velho e as eólicas. No outro lado, o correr das águas do Caima e o radar meteorológico como pano de fundo.

O rio segue de Albergaria em direcção ao lugar da Mizarela


Frecha da Mizarela


A aldeia da Mizarela guarda um fenómeno geológico que merece uma passagem pelo miradouro local para ser admirado. Trata-se da Frecha da Mizarela. Uma queda de água de mais de 60 metros de altura formada devido à erosão provocada pelo rio Caima sobre duas rochas distintas (granito e xisto) que ali contactam. Este geossítio também é avistado da aldeia da Castanheira.

Do miradouro da Mizarela segue-se para a aldeia do Merujal


Seguir em frente


O miradouro da Frecha da Mizarela é, sem dúvida, um ponto de paragem obrigatória da PR 15. Mas há que seguir caminho. Agora, o próximo destino é a aldeia do Merujal e o refúgio da Freita onde termina-se a caminhada e faz-se uma pausa para almoço. Situado junto da área de campismo, o parque de merendas do Merujal é o lugar eleito para descansar e repor energias. 

Marco geodésico de S. Pedro Velho 


O marco de S. Pedro Velho marca o ponto mais alto da Freita


Depois de um pequeno descanso, é hora de conhecer alguns fenómenos geológicos que fazem parte do tempo e espaço da Serra da Freita. Para começar o passeio, uma subida até ao marco geodésico de S. Pedro Velho que assinala o ponto mais alto da serra. Na sua varanda, os visitantes têm uma vista panorâmica ampla sobre o norte, sul, este e oeste da serra.

Vista panorâmica alcançada no marco de S. Pedro Velho


Albergaria da Serra avistada do marco geodésico


Aproximação à Panorâmica do Detrelo da Malhada


Panorâmica do Detrelo da Malhada


Deixado o ponto mais alto da Serra da Freita, o próximo geossítio a visitar é a Panorâmica do Detrelo da Malhada. Aqui, volta-se a estar à varanda para desta vez admirar a vila de Arouca, o Vale do Arda, a Senhora da Mó (um outro geossítio), o Vale do Paiva, o Vale de Moldes, a Serra de Montemuro e outros lugares do concelho.  

O Detrelo da Malhada proporciona vistas panorâmicas únicas


Pedras Boroas são as próximas a ser visitadas


O Detrelo da Malhada fica para trás e o próximo geossítio da rota de hoje fica próximo da nascente do rio Caima, em plena Serra da Freita. Trata-se das Pedras Boroas do Junqueiro, isto é, dois blocos graníticos que apresentam semelhanças com as côdeas das broas de milho. Estas pedras estão situadas junto de um trilho da PR 15 - Viagem à Pré-História da Freita.   

Passadiço de acesso às Pedras Boroas


Pedras Boroas


As Pedras Boroas assemelham-se às côdeas das broas


A próxima paragem é na aldeia da Castanheira


Às Pedras Boroas, segue-se a aldeia da Castanheira para uma visita à Casa de Interpretação das Pedras Parideiras.  Um fenómeno geológico único em Portugal e raro no Mundo, que data de há mais de 280 milhões de anos. Resumindo, há um afloramento granítico com nódulos encrustados que se soltam da pedra-mãe. Daí, o nome de parideiras.

Frecha da Mizarela avistada da aldeia da Castanheira


Pedras parideiras

Barragem Engenheiro Duarte Pacheco e rio Caima


Flor seca da carqueja pronta para colocar em água a ferver


No regresso a casa, o passeio de domingo termina com uma breve visita à Barragem Engenheiro Duarte Pacheco. Construída no rio Caima, esta barragem situa-se no lugar do Castelo da freguesia de Rôge que integra o concelho de Vale de Cambra. E, daqui, saio rumo a casa onde um chá de flor de carqueja (da Serra da Freita) está a minha espera.

Aventurem-se e boas viagens!

Um até já,

TS


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