sexta-feira, 17 de julho de 2015

Caminhada pela Ponte do Manica

A Ponte do Manica é uma construção medieval que está situada em Madaíl, fazendo a ligação de Ul a Oliveira de Azeméis por uma antiga calçada. Na sua segunda caminhada pelo património, a Associação Ambiental D. Urraca Moreira (ADUM) coloca o desafio aos participantes: “E tu, conheces a tua história?” E o Pé ante pé lá esteve, no domingo (12), para conhecer o passado medieval de Madaíl e a sede da ADUM. 

Caminhada pela Ponte do Manica


O ponto de  encontro é junto do posto de turismo, situado no parque da cidade de Oliveira de Azeméis. E, depois de uma breve apresentação da caminhada, os participantes seguem para Madaíl na companhia de membros da ADUM. Madaíl é uma antiga freguesia portuguesa que, em 2013, com a reformaadmnistrativa nacional é agregada às freguesias de Oliveira de Azeméis, Santiago de Riba-Ul, Ul e Macinhata da Seixa.

Parque da cidade de Oliveira de Azeméis


Placa informativa: "Calçada da Ponte Medieval"


Sobreiro despido de um lado e de outro protegido pela cortiça


Calçada da Ponte do Manica


Ponte do Manica rodeada de campos agrícolas


Primeira travessia da Ponte do Manica sobre o rio Ul


Hoje, cinco localidades formam uma única freguesia à qual intitulam de União de Freguesias de Oliveira de Azeméis, Santiago de Riba-Ul, Ul, Macinhata da Seixa e Madaíl. Outrora considerada a freguesia mais pequena do concelho de Oliveira, Madaíl tem a Ponte do Manica sobre o rio Ul e pequenos achados encontrados junto da mesma que comprovam que, na Idade Média (séculos XI-XIV) muitas pessoas atravessaram esta localidade, nomeadamente peregrinos em direcção a Santiago de Compostela.  

Muro invadido de heras e respectivas raízes


Antigo hospital de apoio a peregrinos


Na primeira travessia da Ponte do Manica, é tempo para explicações e a paragem é obrigatória sobre o rio Ul. De seguida, rumamos em direcção à povoação de Madaíl onde fazemos uma segunda paragem junto a uma casa branca com dimensões grandes. Hoje toda remodelada, ninguém diria que a habitação de que falo tenha sido um hospital de apoio a pessoas que, na época medieval, percorriam a calçada de Madaíl no decorrer das suas peregrinações a Braga, a Santiago de Compostela e outros locais religiosos.

O interior desta casa esconde vestígios da época medieval


Arco medieval


Achado encontrado junto da Ponte do Manica


O antigo hospital (acima referido) pertenceu à Ordem dos Hospitalários. Uma ordem que surge no início do século XII para dar apoio a peregrinos aquando da realização de promessas como forma de agradecimento e/ou em busca de ajuda e perdão pelos seus pecados. Assim como outros pontos da Europa Cristã, Madaíl  vê, na época medieval, erguer-se um hospital que hoje é uma simples habitação. A localização  e estrutura principal é a mesma, mas o edifício está remodelado.
Chegada à sede da ADUM


Hora do lanche com regueifa de canela


Ainda junto do edifício do antigo hospital  e perto da Igreja Matriz de Madaíl, é possível encontrar vestígios da calçada medieval e dois arcos da mesma época na eira interior de uma casa antiga da rua do Cruzeiro. As explicações são dadas e a informação é assimilada. Toca a retomar a caminhada e, agora, a próxima paragem é na sede da ADUM onde os participantes têm direito a um lanche matinal. Regueifa de canela e padas de Ul... são de ficar com água na boca, por isso, fico por aqui.

Duas moreias de paus


Folha


Tomates da horta biológica

Moinho do Ginete e Horta Biológica


Águas do Rio Ul


Horta Biológica


Determinadas flores afastam os parasitas


Planta que nasce e vive sem terra no tronco de uma árvore 


Insecto pousado numa folha


A alfazema é uma planta medicinal


Alho-porro


Alface


Casa para os pássaros


Ao lanche matinal, segue-se uma visita ao moinho do Ginete, à horta biológica e ao viveiro florestal da Associação D. Urraca Moreira. E, para quem desconhece, a ADUM tem como finalidade proteger e divulgar o património histórico e ambiental do concelho de Oliveira de Azeméis. Lá demos uma vista de olhos a isto e aquilo e, depois, deixamos a sede da associação (sem fins lucrativos) para, pegada a pegada, concluir a caminhada.

"Com o sonho de que esta ponte venha a ser restaurada"


Segunda travessia sobre a Ponte do Manica


Uma segunda travessia da Ponte do Manica e tempo para alertar todos os que passem ou venham a passar pela calçada medieval para a importância deste elo de ligação. Hoje, está a cair no esquecimento. Daí, relembrar "a todos os utentes desta ponte que colaborem com a sua conservação", apela André Santos de Madaíl num comunicado colocado junto da ponte. Escreve e pensa ainda que "é um dever de todos nós preservar uma ponte, provavelmente, com mais de setecentos anos!"

Rosas

Cores quentes condizem com a manhã de domingo (12)


Travessia da linha de comboio


Bugalho e bolota


A caminhada está quase concluída. Deixamos para trás a ponte e a calçada medieval, os matos e campos de milho, os bugalhos e as bolotas, a alfazema e a aface... Rumamos até ao ponto de partida, o parque da cidade, e faço minhas as palavras de André Santos: "Com o sonho de que um dia esta ponte venha a ser restaurada".

Aventurem-se e boas caminhadas!

Um até já,

TS



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